Ao pensar em psicologia devemos pensar em pluralidade. Ela pode se desenvolver em diversos ramos (organizacional, escolar, clínica, hospitalar, etc), bem como é aplicada a partir de diferentes fundamentos teóricos, denominados abordagens.
Dentro da área clínica, as abordagens de atendimento terapêutico (psicologia comportamental, psicanálise, psicologia humanista, etc.) diferem em sua filosofia que, por sua vez, orienta a ação, o modo prático como se estabelecem os atendimentos, procedimentos e objetivos.
A perspectiva da Análise Comportamental Clínica está fundamentada na filosofia do Behaviorismo Radical e se desenvolveu a partir da Ciência do Comportamento, por volta de 1950.
Nessa linha, o cliente, em seu papel fundamental de agente ativo (e, portanto, não como mero paciente resignado e a espera de uma ação externa) é visto como produtor e produto das contingências em que está inserido. É por meio de seu relato que a intervenção clínica ocorre; juntamente com a terapeuta é realizada a análise funcional de sua interação com o meio e as contingências em operação. Cada comportamento tem uma função de existência e por meio do diálogo avalia-se quais fatores favoreceram sua instalação e quais possibilitam sua manutenção.
Assim, em termos práticos, além de se levantar o cotidiano do cliente, são abordados pontos da história de vida, sua história atual e também pensamentos e sentimentos frequentes. Uma vez estabelecidas hipóteses de análises é elaborado um tratamento, um plano de ação, colocado em prática pelo cliente e monitorado juntamente com a terapeuta para observar seus efeitos. Além de trabalhar sobre as queixas trazidas inicialmente, o objetivo é também capacitar o cliente a estabelecer relações entre o que faz, sente ou pensa com o que ocorre em seu ambiente de modo antecedente e consequente a estes pontos. Com isso é possível instalar repertório de autoconhecimento, tornando-o futuramente capaz de promover suas próprias análises.
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